quinta-feira, 3 de março de 2011

Cuidados Básicos de Saúde

10.03.10 – 25-03.10
25 h
Formador: José Peres
Método de avaliação: realização de 1 teste final


Objectivo: Prestar os primeiros socorros e os cuidados básicos de saúde

Este módulo, apesar de bastante extenso em termos de matéria para o nº de horas dadas, foi muito interessante e muito útil para o desempenho da nossa profissão no futuro, pois entre várias coisas, aprendemos como agir em determinadas situações de acidente. Estes podem ocorrer no local de trabalho ou em nossas casas, daí considerar a importância do que aprendemos por forma a impedi-los ou, não sendo possivel, preveni-los, minimizando as suas consequências.

O acto de socorrer é o de estabilizar a vitima por forma a aliviar o seu sofrimento e procurar o seu encaminhamento para um centro organizado. Porém, é importante que se perceba que é preferível não prestar qualquer auxílio a determinados feridos ou acidentados, do que prestá-lo de forma inadequada.

Numa cozinha ou pastelaria para que tudo funcione como deve ser, é fundamental a organização ou mise-en-place; esta é uma regra de ouro, no entanto os acidentes acontecem, razão pela qual se definem como eventos indesejáveis e inesperados que ocorrem de forma intecional provocando danos.

Na nossa formação prática, alguns de nós, eu inclusive, passámos por situações de cortes, queimaduras (o que é natural em cozinha e/ou pastelaria) e algumas quedas com relativa gravidade para duas colegas nossas. Como este módulo foi um dos primeiros a serem dados no inicio da nossa formação, soubemos como actuar e dessa forma minimizar os danos, evitando que os mesmos se agravassem.

Da matéria dada, realço os cortes e as queimaduras que podem vir a fazer parte do dia-a-dia do cozinheiro/pasteleiro, deixando indicação de como actuar perante estas situações.

Um corte pode originar uma hemorragia (esta é a maior ou menor perda de sangue no corpo humano) externa onde existem dois processos de estancar o sangue:
-         A Compressão Manual Directa; consiste em aplicar sobre a ferida sangrante um penso, comprimindo-o com a mão ou pedindo à vitima que o faça (auto-compressão); se o penso ensopar de sangue, não se deve retirar. Deve-se colocar por cima um novo penso fazendo uma compressão manual mais forte. O primeiro penso nunca se retira pois já se está a formar o coágulo e se o retiramos voltamos à situação inicial;
-         A Compressão Manual Indirecta; consiste em comprimir um vaso sanguíneo (artéria) de encontro a um osso que lhe está próximo e num ponto entre a ferida e o coração. Embora hajam muitos pontos onde se pode fazer a compressão manual indirecta, os mais utilizados são o umeral e o femoral. Sempre que esta compressão não possa ser mantida, dever-se-à utilizar um garrote (este será sempre como última alternativa desde que a hemorragia seja num dos membros quer superiores quer inferiores).

No que às queimaduras concernem, estas podem ser causadas por agente  fisicos (como o calor seco dos fornos e o calor húmido dos vapores das panelas) ou quimicos (ácidos e alcalinos, como os materiais de limpeza).

As complicações podem levar ao choque (depressão do sistema nervoso central por falta de circulação de sngue ao nível cerebral), que pode surgir logo ou pouco depois, e à infecção (invasão e reprodução de microrganismos patogénicos no organismo), mais tarde.

As queimaduras podem ser de 1º grau (calor, rubor e dor, a pele fica vermelha, quente e seca), 2º grau (apanha a 1ª e a 2ª camada, a derme) e 3º grau (destruição das três camadas da pele, apresentando-se sob a forma de ferida, necrose ou carbonização).

Quais os primeiros socorros a prestar em casos de queimaduras provocadas por agentes fisicos? Se forem de 1º grau:, há que arrefecer a zona queimada com água fria, colocar depois um creme hidratante sem corante (ex: azeite) e cobrir a zona com compressas húmidas ou molhadas.

Se forem de 2º grau, arrefecer a zona queimada, não rebentar as bolhas, cobrir com compressas molhadas e levar ao hospital se necessário.

Se forem de 3º grau, arrefecer a zona queimada, cobrir a zona com compressas molhadas e levar ao hospital.

No caso de queimaduras provocadas por agentes quimicos, há que vêr se a pessoa tem um quimico em pó; em caso afirmativo, deve retirar-se a roupa e o máximo de pó em seco, e só depois fazer um banho muito rápido de chuveiro. Se fôr em resultado de ácidos, colocar a pessoa vestida debaixo de água e ir despindo a roupa gradualmente. Se os olhos forem afectados, há que limpar com água do lado interno para o externo.

A título de curiosidade, ficámos a saber que o símbolo internacional da emergência médica (o que parece um asterisco), representa uma das fases do SIEM (Sistema Integrado de Emergência Médica), o conjunto de orgãos interligados para que haja uma actuação uniformizada e um socorro mais rápido, por forma a que a pessoa possa recuperar mais rapidamente e com as melhores condições. Assim, do topo e no sentido dos ponteiros do relógio, temos as fases: da detecção, do alerta, do pré-socorro, do socorro, do transporte e do hospital.

Para finalizar, todos nós tivemos a possibilidade de praticarmos num “boneco” a reanimação cardio-respiratória (não é nada fácil!) e, dois a dois, a Posição Lateral de Segurança que pode ser utilizada em várias situações que necessitam de primeiros socorros, em que a vítima esteja inconsciente, mas a respirar e com um bom pulso, uma vez que esta posição permite uma melhor ventilação, libertando as vias aéreas superiores. Esta porém não deve ser realizada quando a pessoa:
Não estiver a respirar;
Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna;
Tiver um ferimento grave.

Como proceder?

  1. Com a vítima deitada, ajoelhe-se ao seu lado;
  2. Vire a cara da vítima para si. Incline a cabeça desta para trás, colocando-a em hiperextensão, para abrir as vias aéreas e impedir a queda da língua para trás e a sufocação por sangue. Se a vítima estiver inconsciente, verifique a boca e remova possíveis materiais que possam estar dentro desta;
  3. Coloque o braço da vítima que estiver mais próximo de si ao longo do corpo dela, prendendo-a debaixo das nádegas desta;
  4. Coloque o outro braço da vítima sobre o peito dela;
  5. Cruze as pernas da vítima, colocando a perna que estiver mais afastada de si por cima da canela da outra perna;
  6. Dê apoio à cabeça da vítima com uma mão e segure a vítima pela roupa, na altura das ancas, virando-a para si;
  7. Dobre o braço e a perna da vítima que estiverem voltadas para cima até que formem um certo ângulo em relação ao corpo;
  8. Puxe o outro braço da vítima, retirando-o debaixo do corpo dela;
  9. Certifique-se que a cabeça se mantém inclinada para trás de forma a manter as vias aéreas abertas.


           
         
                       
Como se pode verificar pelo exposto, este foi um dos módulos mais importantes que tivemos e de bastante utilidade para todos nós, uma vez que com os conhecimentos adquiridos podemos vir a fazer a diferença e salvar uma vida.

Fotos dos exercicios:



Arleia e Eva, a vítima

O formador, enfermeiro José Peres e a Inês

Eu e a Inês

Eu, na PLS

"Sente-se bem? Posso ajudá-lo?"

Preparar para as insuflações

As compressões

 

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